terça-feira, 23 de setembro de 2014

10 filmes para mulheres que querem se descobrir

 A lista abaixo não foi feita para quem só gosta de finais felizes, não são filmes para nos distrair. É uma lista feita para as mulheres que, assim como eu, resolveram enfrentar a jornada em busca de si. Quero me conhecer nem que isto custe caro, mesmo que cause danos. Quero conhecer meus medos e minhas fortalezas, meus desejos e minhas (auto)punições. Quero tentar me entender mesmo correndo o risco de descobrir que isto é impossível.

Esses filmes causaram múltiplas reações em mim: fiquei muda ao sair do cinema, quis fugir para Barcelona, repensei minha relação com minha mãe, tive vontade de gritar mas não fiz, chorei desesperadamente na frente de estranhos e descobri o quanto minha aparente calma esconde uma mulher que quer expandir.


1 - As pontes de Madison (1995)
Assisti em casa, num Corujão da vida, a história de uma dona de casa de uma pequena cidade dos Estados Unidos que fica sozinha enquanto o restante de sua família participa de um concurso com os animais de sua fazenda. A personagem Francesca, interpretada por Meryl Streep, encontra, então, um fotógrafo da National Geographic (Clint Eastwood) que lhe pede ajuda para fotografar uma ponte de madeira perto de sua casa. Ela começa uma rápida e intensa história de amor com o fotógrafo. Viver uma história de amor arrebatadora ou manter uma família "feliz" é o grande conflito do filme. Você vai se pegar segurando na maçaneta do carro enquanto toma a decisão de ficar ou partir.
   


2 - Tomates Verdes Fritos (1991)
Ainda era criança quando assisti esse filme e fiquei fascinada com uma personagem que era uma encantadora de abelhas, achava que o segredo para não ser picada ao tirar o mel era ter coragem e tentei descobrir o que de mim encontrava naquela menina que enfrentava os homens nos anos 1920, que protegia a amiga, que acolhia todos. A história começa com uma mulher que vai visitar a sogra num asilo e conhece uma senhora com uma história repleta de aventuras e desafios de ser uma mulher, ter uma opinião e não baixar a cabeça enquanto as outras preferem calar.



3 - Frida (2002)
Não é só o filme, a história e as obras de Frida Kahlo são fortes, ferozes. O filme é narrado a partir de seus quadros que são altamente (auto)biográficos. As dores nas costas, o romance aberto e altamente conturbado com o artista plástico Diego Rivera, as cores intensas, tudo é muito exacerbado. É tanta dor e tanto amor que os dois parecem ser vividos como um. "Pies, para que los quiero si tengo alas para volar?" (Pés, para quê os quero se tenho asas para voar?), se perguntava Frida que também explicava que suas obras não são surrealistas, ela só contava sua vida, assim como a enxergava.



4 - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)
Um clássico para quem gosta de iluminar os pormenores, como dizia Walter Benjamin. O filme narra a história de uma garotinha que viveu isolada do mundo, pois seus pais achavam, equivocadamente, que ela sofria do coração. Amélie cresceu, tornou-se garçonete e foi morar no subúrbio de Paris, num apartamento onde encontrou uma caixinha que resolveu devolver para o antigo morador. O sujeito ficou tão feliz que ela decidiu que proporcionaria pequenos momentos de alegria para outras pessoas, mas ao fazer isto ela própria passava por momentos de descobertas que mudariam sua forma de ver e viver o mundo. 



5 - Vicky Cristina Barcelona (2008)
Esse filme os homens irão adorar! Do diretor Woody Allen, o filme conta a história de duas amigas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson), vão para Barcelona e conhecem o sedutor Juan Antonio (Javier Bardem), que tinha acabado de sair de um romance com Maria Elena (Penelope Cruz). Juan, é claro, acaba se envolvendo com todas. Mas o que me tocou foram os conflitos de Vicky. Ela era noiva, estava fazendo uma pesquisa de mestrado e estava orgulhosa do quanto sua vida era controlada. Vicky descobriu em Barcelona que o controle era só aparente, que basta uma mexida para você perceber que na verdade nada fazia sentido, que estava tudo fora do lugar, que ela escondia uma mulher descontrolada, que deseja, tem dúvidas e não sabe o que irá acontecer. Ai de mim Barcelona! 



6 - Volver (2006)
O Almodovar tinha que aparecer! Eu o considero o diretor que mais dialoga com a complexidade feminina. Escolhi Volver, não porque acho o seu melhor filme (mas talvez ache. Ainda não sei...), mas por simplesmente adorar as diferentes mulheres e gerações que aparecem na trama. Amo a história de que no período de fortes ventanias as mulheres daquela família enlouquecem, perdem o rumo, fazem coisas insanas. Queria que esse vento soprasse por aqui.



7 - Sob o Sol da Toscana (2003)
Eu sei que falei que não iríamos ter histórias divertidas e esta é. Mas ela não é só divertida, é linda, fala de uma escritora divorciada que numa viagem para Toscana resolve recomeçar a vida e acaba redescobrindo a si mesma. Deu muita vontade de conhecer os campos floridos, as praças bucólicas e tomar sorvete perto de uma fonte do desejo. Quando terminar de assistir esse filme você vai acreditar que a vida é bela e que o amor pode simplesmente aparecer. 



8 - Gia: fama e destruição (1998)
Da felicidade à destruição total! Se você quer chorar, então é só assistir a história verídica da modelo Gia  Carangi. Posso afirmar que nesse filme e em "Garota Interrompida" Angelina Jolie faz suas melhores interpretações. Gia encanta o mundo da moda com sua personalidade marcante, sua rebeldia que de tão forte podia ser capturada pelas lentes. Ela acaba se envolvendo com amores difíceis, inclusive com outra mulher, começa a usar drogas injetáveis e acaba contraindo AIDS, isto numa época em que nem sabiam direito o que era o vírus, nos anos 1980.  



9 - Minha Mãe é uma Sereia (1990)
Sessão da tarde total! Esse filme com Cher e Winona Ryder fala de uma mãe muito diferente de sua filha. A personalidade expansiva da mãe e intimista da filha me fizeram lembrar da minha relação com minha mãe. A personagem interpretada por Cher parece super resolvida, mãe solteira, sem problemas, mas ela também é frágil e tem medo de compromissos. Enquanto a filha, que parece que vai se despedaçar a qualquer momento, descobre suas fortalezas. É uma história para assistir comendo pipoca.



10 - As horas (2002)
Fiquei muda depois de assistir esse filme. Não sabia explicar para a pessoa que foi comigo o porquê de não conseguir falar. Eu precisava de tempo! Mas ainda é difícil... O filme conta as histórias de três mulheres que vivem tempos diferentes, a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman, irreconhecível) nos anos 20, a dona de casa Laura (Julianne Moore), dos anos 50, e a editora de livros Clarissa (Meryl Streep), dos tempos atuais. As histórias das três são interligadas pela obra de Virginia Woolf que relata seus conflitos e sua depressão. A trama vai aprofundado ao passo em que as personagens vão se descobrindo e quem está assistindo também. É arrebatador!

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