sábado, 18 de outubro de 2014

Procura-se um vestido simples para casamento

Sem brilho, lantejoulas, nem cristais swarovski. Vestidos de renda produzidos em série também estão descartados. Mas o que sobra? Estou numa difícil jornada de comprar um vestido para o casamento do meu cunhado em que eu não pareça outra pessoa nas fotos. Isto porque uma característica que poderia ser usada para me descrever é a simplicidade.

A simplicidade, porém, não deve ser confundida com uma roupa sem graça, parecida com todas as outras. Quero um vestido bonito, elegante, simples e com personalidade! Mas, encontrar algo diferente num mundo de produções em série e de uma moda que impõe as cores, os modelos e acessórios, está difícil.

Andando pela internet achei algumas imagens de peças que me agradaram:




A missão agora é encontrar algo do tipo por aqui ou encomendar de alguma costureira que, inclusive, não está nada fácil de achar. Tem dia que ser simples é ser uma estranha no ninho.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Aniversário simples, prático e com um toque da Itália

Começo de outubro foi o aniversário do meu marido e, como ele nunca teve uma festinha quando era criança com lembrancinha e tudo, resolvi caprichar e fazer um aniversário temático.

Na verdade, foi tudo muito simples e chamamos pouquíssimas pessoas, afinal nosso apartamento é gostoso, mas é pequeno. 


O tema da festinha foi O Poderoso Chefão, seu filme predileto. Eu comprei umas embalagens para lembrancinha, doces, papel adesivo e imprimi uma foto dele, no estilo do cartaz do filme, na impressora da minha casa. Depois foi só recortar e colar e pronto: lembrancinha personalizada com o nome dele e a foto, bancando pose de Dom Corleone.


As comidinhas também seguiram o tema: fiz uma bandeja de frios, com queijo do reino e holandês, presunto e salame e outra de pão com azeite. As pessoas simplesmente amaram as porções individuais da saladinha caprese, feita com tomate cereja, alface, queijo minas, manjericão e um molho com vinagre, azeite e sal. E o mix de kiwis, morangos e chocolate meio amargo deu um toque de alegria para a mesa.



Claro que também encomendamos salgadinhos para ninguém sair com fome. Mas a torta maravilhosa de morango com chocolate foi presente da minha mãe, que está se revelando uma doceira de mão cheia. Sempre implico com o sabor artificial e super doce das últimas tortas que compramos, mas a da minha mãe é diferente! Super leve e doce na medida!


Minha mãe também trouxe um pudim delicioso e servimos refrigerante, suco de uva, cerveja e vinho. Foi super simples e prático, mas com comidinhas com um toque da Itália, que deixou tudo mais romântico e vintage e o melhor: ao final, quase não tinha louça para lavar!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Jangada de pedra ou o Ceará é uma ilha (ensaio sobre a insanidade da xenofobia)


Como todos já esperavam, o resultado do primeiro turno das eleições motivou uma série de comentários preconceituosos contra nordestinos e nortistas. Devo dizer que minha primeira reação é de responder o ódio com mais ódio.

Lembrei, então, do livro A Jangada de Pedra, de José Saramado, e da história fictícia que falava sobre o deslocamento da península ibérica do restante da Europa e me dei conta de que era exatamente assim que me sentia. Um terremoto evocado por palavras de ódio deslocou o meu desejo para longe, me levou a imaginar que o meu solo é uma jangada que está sempre de partida.

Então, me pergunto se já não estávamos nessa jangada de pedra há muito tempo. Será que a diversidade do Brasil nos une ou nos separa? Em tempos de redes sociais me sinto mais desconectada do que nunca! Não consigo me sentir ligada aos que nos repelem. Estamos longe, estamos distantes, somos uma ilha enorme no meio do oceano.

Então, percebi que não se trata de eleições. Será que é por sermos diferentes e, principalmente, por não aceitarmos abrir mão disto? Somos de onde somos, pensei! Mas, afinal, qual nossa etnia? Somos índios, negros, árabes, portugueses, holandeses, coreanos? E os portugueses, o que são? Turcos, romanos, hebreus, gregos? Um momento, a pergunta não pode ser de onde somos, pois se voltarmos à raiz de tudo chegaremos ao mesmo lugar. Mas se não é nossa origem, o que gera tanta ira?

Pensando sobre isto, me peguei "limpando" meus contatos, tirando todos que tinham uma opinião diversa da minha e vi que eu estava fazendo o mesmo! Não podemos mais conviver com opiniões diferentes, disse o facebook e o twitter e nós acreditamos facilmente. O Brasil é um país de diferenças, a Terra é um planeta de diferenças e estas diferenças não nos unem, mas nos constituem. Agradeço agora à direita, pois sem ela não saberia que sou de esquerda; agradeço aos patriarcalistas, pois a partir deles consigo definir minha porção feminista; quanto mais manifestações xenófobas eu vir nas redes sociais, mais reafirmarei minha alma nordestina.

Continuo repudiando qualquer tipo de preconceito, mas consigo reconhecer que a internet não aumentou a intolerância, ela apenas mostrou para nos os intolerantes que sempre existiram e, agora que eles mostraram quem são, compreendemos melhor o quão diferentes somos e temos a chance de combatê-los com denúncias, processos e palavras de amor.
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